Regresso A Casa
O dia amanheceu carregado, nuvens cinzentas pintavam os céus. A comum "nortada" como se referem os autóctones desse lugar chamado Catxines ao vento típico de fim de tarde no litoral, bufava irrequieta e insistentemente. Ameaçava chover. Enfim...nada de anormal, apenas mais um dia entre tantos outros, não fosse o facto do líder supremo e comandante (havia, aliás, quem já se dirigisse a tão distinta figura como "meu imperador") desse pequeno centro ibérico se encontrasse de visita ao sítio que o viu nascer.
El comandante Tcholes encontrava-se nessa manhã em visita oficial a Catxines. Algumas pessoas lá da terra queixavam-se de que o poder lhe havia subido à cabeça, que já não era o mesmo. O mesmo não era, dado que numa das inúmeras batalhas travadas na célebre conquista ibérica-operação que Tcholes apelidou de "chupai-ma piça hermanos do cuaralho!!!"-Tcholes tinha sido ferido gravemente na coxa direita por um machado inimigo, o que lhe trouxe alguns incómodos na sua vida sexual... A sua bengala fazia agora parte da sua imagem de marca.
Com o domínio de toda a Península Ibérica, Tcholes passou a ter um ainda maior peso na cena internacional. A RUCC passou a fazer parte do conselho de segurança da ONU. Certos países, no entanto, não viram com bons olhos a anexação de Espanha. Começando pelos próprios espanhóis. A União Europeia ainda esboçou tomar medidas drásticas para impedir este acto abominável de acontecer, só que Tcholes-no seu estilo inconfundível-marcou uma reunião com o presidente da Comissão Europeia-que também havia sido português em tempos mas que estava no exílio em Bruxelas dada a sua discordância em ser catxineiro-e esbofeteou-o, pura e simplesmente, em frente a todos os presentes na dita reunião como se de uma rameira se tratasse e avisou: "tu comigo é mansinho mano, tajmoubir? Fazes-me alguma e apanhas um balázio nos dentes!". Escusado será dizer que a resistência da UE ficou-se por aí.
Esta atitude extrema levou a uma corrida ao armamento de grande parte do mundo ocidental, oriental, antípodas e pólos inclusivamente-os pinguins armavam-se como se não houvesse amanhã!
Este facto levou Tcholes a iniciar o PNC (Programa Nuclear Catxineiro) sendo o Alentejo reservado para os testes subsequentes.
Ninguém sabia qual seria o próximo passo de Tcholes. Ninguém sabia o que ia na cabeça daquele atrofiado ser. Toda a gente em torno do seu general, era esse o lema que imperava nas Catxines, e era isso que todo o povo planeava demonstrar no discurso de Tcholes na sua terra natal.
Tudo se preparava ao mínimo pormenor. O toldo para que o digno interloctor não se molhasse. Todos os seus apoiantes mais fervorosos seriam estrategicamente colocados nas primeiras filas para que o entusiasmo fosse transbordante.
Havia uma expectativa palpável nessa tarde, apesar das condições climatéricas não serem as ideais. Todo o povo se preparava para algo grandioso. O regresso do filho pródigo. E que melhor regresso se podia pedir do que a volta de Tcholes após a conquista de toda a Península Ibérica. Era impossível haver melhores condições para a reaproximação de Tcholes às suas raízes. Há a constatar que algo havia mudado nele. O tempo que passara em campanha bélica por toda a península fê-lo um homem mais impiedoso, ganancioso e cruel. Ele já não matava com o intuito da conquista nem com objectivos ultra-nacionalistas. Nas últimas fases da campanha ibérica Tcholes surpreendia continuamente a sua armada cometendo constantemente actos maléficos de pura raiva incontrolada, o que fazia com que os seus homens começassem a não se reverem no seu líder. O que tinha começado como uma campanha em nome da identidade catxineira tinha, de certa forma, escapado ao controlo de tudo e de todos. Até ao do próprio Tcholes, que cego de raiva dor e mágoa que o vendava, não tinha o discernimento necessário para avaliar as situações e organizar o seu exército.
Muito se especulava no seio do parlamento da RUCC-e mesmo no do seu partido FC-o que estaria afectando de forma tão profunda o tão amado líder.
Pois o passado ano para Tcholes não tinha sido propriamente o mais fácil. Sua mãe havia falecido esse mesmo ano vítima de doença fulminante e Tcholes não havia estado a seu lado dada a demanda de sua presença no campo de batalha, e isso afectava-o para do que palavras alguma vez poderão exprimir. Seu pai havia cortado relações com ele discordando do rumo que o seu filho estava a dar à RUCC-sendo que o seu pai havia sido na juventude de Tcholes o grande motivador da sua cria, sempre encorajando-o e incentivando-o dizendo-lhe "vais ser mestre de grande obra". Pode-se imaginar, portanto, o transtorno que este gesto significou para Tcholes. O seu pai desde sempre achava que a conquista de toda a região norte seria o culminar de um grande feito que traria prosperidade e desenvolvimento à região.
No campo amoroso Tcholes tinha tudo excepto estabilidade. Suas meretrizes não lhe traziam o conforto e incentivo emocional e espiritual de que ele tão desesperadamente necessitava e tentava alcançar. Tcholes afundava-se na sua própria miséria. O seu único escape era o campo de batalha.
Muito se bichanava acerca do conteúdo do discurso que iria proferir essa noite. Uns diziam que iria anunciar a sua retirada do comando dos destinos da RUCC, outros apontavam a expansão do império a terras gaulesas. Outros pensadores e intelectuais dessa muy nobre terra expunham a possibilidade de Tcholes anunciar um interregno nas hostilidades da expansão ficando invariavelmente à frente da RUCC.
Tcholes chegou cedo nessa manhã, de coche, sendo saudado na rua principal por todos a que lá acorreram com pétalas de rosas e cravos. Uma cena digna de uma recepção a um imperador romano. Tudo o que o rodeava era ele e ele era tudo.
Tcholes fitava a multidão com extrema intensidade. Os primeiros cabelos brancos tinham já irrompido pelos seus lóbulos capilares, as primeiras rugas começavam a cravar-lhe a face, a postura era a de quem tinha visto e presenciado tudo o que havia a ver e a presenciar e que nada o poderia surpreender ou apanhá-lo de surpresa. Um homem vivido portanto. Um homem que tinha traçado um longo caminho até chegar onde havia chegado, ao ponto de ter toda esta multidão a seus pés. Um longo caminho desde os dias em que pensava iniciar uma épica campanha pela qual todos o zombavam quando o jovem Tcholes tentava exprimir os seus sonhos. Uma pessoa calejada que transparecia esse facto no seu olhar e em toda a sua postura.
Essa degradação emocional e espiritual levariam-no a cometer um terrível acto a todo o seu povo de sempre e acima de tudo uma traição a si mesmo. Com a qual teria de confrontar o seu povo nesta sua visita. Algo tinha Tcholes escondido de tudo e todos durante estes últimos tempos. Ele próprio sabia que ninguém o iria perdoar. Nunca.
Já há algum tempo que Tcholes se sentia mais e mais vergado à pesada responsabilidade de comandar tamanha nação. Todos os seus jogos de interesses, trocas de influências e jogos sujos. A partir de certo momento Tcholes começara a ambicionar apenas uma vida simples, longe de toda esta imundície que caracterizava o comando de uma grande nação. Nada nem ninguém, no entanto, estava preparado para a realidade que Tcholes tinha escondida e estava prestes a revelar da forma mais inesperada.
El comandante Tcholes encontrava-se nessa manhã em visita oficial a Catxines. Algumas pessoas lá da terra queixavam-se de que o poder lhe havia subido à cabeça, que já não era o mesmo. O mesmo não era, dado que numa das inúmeras batalhas travadas na célebre conquista ibérica-operação que Tcholes apelidou de "chupai-ma piça hermanos do cuaralho!!!"-Tcholes tinha sido ferido gravemente na coxa direita por um machado inimigo, o que lhe trouxe alguns incómodos na sua vida sexual... A sua bengala fazia agora parte da sua imagem de marca.
Com o domínio de toda a Península Ibérica, Tcholes passou a ter um ainda maior peso na cena internacional. A RUCC passou a fazer parte do conselho de segurança da ONU. Certos países, no entanto, não viram com bons olhos a anexação de Espanha. Começando pelos próprios espanhóis. A União Europeia ainda esboçou tomar medidas drásticas para impedir este acto abominável de acontecer, só que Tcholes-no seu estilo inconfundível-marcou uma reunião com o presidente da Comissão Europeia-que também havia sido português em tempos mas que estava no exílio em Bruxelas dada a sua discordância em ser catxineiro-e esbofeteou-o, pura e simplesmente, em frente a todos os presentes na dita reunião como se de uma rameira se tratasse e avisou: "tu comigo é mansinho mano, tajmoubir? Fazes-me alguma e apanhas um balázio nos dentes!". Escusado será dizer que a resistência da UE ficou-se por aí.
Esta atitude extrema levou a uma corrida ao armamento de grande parte do mundo ocidental, oriental, antípodas e pólos inclusivamente-os pinguins armavam-se como se não houvesse amanhã!
Este facto levou Tcholes a iniciar o PNC (Programa Nuclear Catxineiro) sendo o Alentejo reservado para os testes subsequentes.
Ninguém sabia qual seria o próximo passo de Tcholes. Ninguém sabia o que ia na cabeça daquele atrofiado ser. Toda a gente em torno do seu general, era esse o lema que imperava nas Catxines, e era isso que todo o povo planeava demonstrar no discurso de Tcholes na sua terra natal.
Tudo se preparava ao mínimo pormenor. O toldo para que o digno interloctor não se molhasse. Todos os seus apoiantes mais fervorosos seriam estrategicamente colocados nas primeiras filas para que o entusiasmo fosse transbordante.
Havia uma expectativa palpável nessa tarde, apesar das condições climatéricas não serem as ideais. Todo o povo se preparava para algo grandioso. O regresso do filho pródigo. E que melhor regresso se podia pedir do que a volta de Tcholes após a conquista de toda a Península Ibérica. Era impossível haver melhores condições para a reaproximação de Tcholes às suas raízes. Há a constatar que algo havia mudado nele. O tempo que passara em campanha bélica por toda a península fê-lo um homem mais impiedoso, ganancioso e cruel. Ele já não matava com o intuito da conquista nem com objectivos ultra-nacionalistas. Nas últimas fases da campanha ibérica Tcholes surpreendia continuamente a sua armada cometendo constantemente actos maléficos de pura raiva incontrolada, o que fazia com que os seus homens começassem a não se reverem no seu líder. O que tinha começado como uma campanha em nome da identidade catxineira tinha, de certa forma, escapado ao controlo de tudo e de todos. Até ao do próprio Tcholes, que cego de raiva dor e mágoa que o vendava, não tinha o discernimento necessário para avaliar as situações e organizar o seu exército.
Muito se especulava no seio do parlamento da RUCC-e mesmo no do seu partido FC-o que estaria afectando de forma tão profunda o tão amado líder.
Pois o passado ano para Tcholes não tinha sido propriamente o mais fácil. Sua mãe havia falecido esse mesmo ano vítima de doença fulminante e Tcholes não havia estado a seu lado dada a demanda de sua presença no campo de batalha, e isso afectava-o para do que palavras alguma vez poderão exprimir. Seu pai havia cortado relações com ele discordando do rumo que o seu filho estava a dar à RUCC-sendo que o seu pai havia sido na juventude de Tcholes o grande motivador da sua cria, sempre encorajando-o e incentivando-o dizendo-lhe "vais ser mestre de grande obra". Pode-se imaginar, portanto, o transtorno que este gesto significou para Tcholes. O seu pai desde sempre achava que a conquista de toda a região norte seria o culminar de um grande feito que traria prosperidade e desenvolvimento à região.
No campo amoroso Tcholes tinha tudo excepto estabilidade. Suas meretrizes não lhe traziam o conforto e incentivo emocional e espiritual de que ele tão desesperadamente necessitava e tentava alcançar. Tcholes afundava-se na sua própria miséria. O seu único escape era o campo de batalha.
Muito se bichanava acerca do conteúdo do discurso que iria proferir essa noite. Uns diziam que iria anunciar a sua retirada do comando dos destinos da RUCC, outros apontavam a expansão do império a terras gaulesas. Outros pensadores e intelectuais dessa muy nobre terra expunham a possibilidade de Tcholes anunciar um interregno nas hostilidades da expansão ficando invariavelmente à frente da RUCC.
Tcholes chegou cedo nessa manhã, de coche, sendo saudado na rua principal por todos a que lá acorreram com pétalas de rosas e cravos. Uma cena digna de uma recepção a um imperador romano. Tudo o que o rodeava era ele e ele era tudo.
Tcholes fitava a multidão com extrema intensidade. Os primeiros cabelos brancos tinham já irrompido pelos seus lóbulos capilares, as primeiras rugas começavam a cravar-lhe a face, a postura era a de quem tinha visto e presenciado tudo o que havia a ver e a presenciar e que nada o poderia surpreender ou apanhá-lo de surpresa. Um homem vivido portanto. Um homem que tinha traçado um longo caminho até chegar onde havia chegado, ao ponto de ter toda esta multidão a seus pés. Um longo caminho desde os dias em que pensava iniciar uma épica campanha pela qual todos o zombavam quando o jovem Tcholes tentava exprimir os seus sonhos. Uma pessoa calejada que transparecia esse facto no seu olhar e em toda a sua postura.
Essa degradação emocional e espiritual levariam-no a cometer um terrível acto a todo o seu povo de sempre e acima de tudo uma traição a si mesmo. Com a qual teria de confrontar o seu povo nesta sua visita. Algo tinha Tcholes escondido de tudo e todos durante estes últimos tempos. Ele próprio sabia que ninguém o iria perdoar. Nunca.
Já há algum tempo que Tcholes se sentia mais e mais vergado à pesada responsabilidade de comandar tamanha nação. Todos os seus jogos de interesses, trocas de influências e jogos sujos. A partir de certo momento Tcholes começara a ambicionar apenas uma vida simples, longe de toda esta imundície que caracterizava o comando de uma grande nação. Nada nem ninguém, no entanto, estava preparado para a realidade que Tcholes tinha escondida e estava prestes a revelar da forma mais inesperada.
8 Comments:
Bem...o que dizer destes novos desenvolvimentos? O suspense fica no ar, a narrativa é excelente, a dinâmica do texto é pujante...temos obra a nascer! Caro amigo Pedwar, um talento assim não pode ficar tanto tempo escondido...Venham mais e mais posts destes para que eu seja tão surpreendentemente arrebatado quando estou confortavelmente sentado em frente a este animal - o computador. Parabéns, muito bom post...!! Abraço
que venham as declaraçoes de Tcholes!!!!
Não percam o próximo episódio porque nós... também não!!
Merda de post, merda de escrita, merda de blog.
Como diria Millor Fernandes, se soubesse que foi aqui ultrajado, Fuck Off!!!
Vindo de quem vem, xôr habitante de Catxines, vou interpretar o seu comentário como um rasgado elogio e deveras um incentivo! É sinal que fiz algo digno de chamar a sua atenção. E já agora: Muito obrigado por ter tirado o tempo para reparar no nosso humilde blog...
sera um descendente de tcholes??hahaha catxines rules... postal
valeu a pena ter pedido a continuação da saga!
O lider do RUCC também é um homem com as suas necessidades, aliviado nas profissionais, mas a velhice chega um dia... Será que o autor pensou nisso? :)
E os herdeiros bastardos?
Como vai exercer o seu dominio sobre a peninsula?
Tantas perguntas tem os fãs como eu de tcholes e seus comparsas.
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