segunda-feira, janeiro 08, 2007

Poesia - Camilo Pessanha

"Tenho sonhos cruéis: n'alma doente
Sinto um vago receio prematuro.
Vou a medo na aresta do futuro,
Embebido em saudades do presente...

Saudades desta dor que em vão procuro
Do peito afugentar bem rudemente,
Devendo ao desmaiar sobre o poente,
Cobrir-me o coração de um véu escuro!...

Porque a dor, esta falta d'harmonia,
Toda a luz desgrenhada que alumia
As almas doidamente, o céu d'agora,

Sem ela o coração é quasi nada:
- Um sol onde expirasse a madrugada,
Porque é só madrugada quando chora."

Espero que assim contribua para mais participações poéticas de quem tanto tem para dar...Abraço a todos

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