sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Fezada

Acompanhei com interesse a transladação do corpo da Irmã Lúcia. Acompanhei sobretudo na RTP, mas gravei a transmissão dos outros dois canais, para poder acompanhar mais tarde. Há sempre um ângulo do caixão ou um plano das coroas de flores que se acompanha melhor num canal do que no outro. E houve um momento que me tocou imenso. A certa altura, Maria Leite de Castro (acho eu) disse qualquer coisa parecida com isto: "Aí está, o corpo de Irmã Lúcia vai sair do Carmelo. E começa a chover. Será um sinal?". Isto é que é fé, meus amigos. Vejam como são as coisas. Estamos no Inverno. Chove há vários dias. Até já nevou. Eu, que não fui tocado pela fé, olhei para aquela chuva e vi nela apenas aquele fenómeno metereológico que, segundo creio, se chama pluviosidade. Mas a Marta divisou naquelas gotas uma mensagem de Deus. Fazer chover em pleno Inverno, que estranho. Não há dúvida: são mesmo misteriosos, os caminhos do Senhor.

Ricardo Araújo Pereira in "Visão"

terça-feira, fevereiro 21, 2006

Boa sorte!!




Venho desta forma fazer votos para que o (hoje e só hoje!!) "nosso" Benfica vença o Liverpool, dando assim mais um passo histórico nos resultados europeus das equipas portuguesas! Espero sinceramente que vençam e convençam!! Abraço a todos os benfiquistas e restantes adeptos portugueses!

Etiquetas:

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Norte Nome de Portugal

Excerto de um Texto de Miguel Esteves Cardoso

Primeiro , as verdades. O Norte é mais Português que Portugal. As minhotas são as raparigas mais bonitas do País. O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela. As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.
(...)
Mais verdades. No Norte a comida é melhor. O vinho é melhor. O serviço é melhor. Os preços são mais baixos. Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar uma ninharia. Estas são as verdades do Norte de Portugal. Mas há uma verdade maior. É que só o Norte existe. O Sul não existe. As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta. Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte. No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos . Quem é que se identifica como sulista? No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.
(...)
Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país. Não haja enganos. Não falam do Norte para separá-lo de Portugal. Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal. Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal. Mas o Norte é onde Portugal começa. Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo. Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria mesmo, por muito pequenina. No Norte. Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa . Mais ou menos peninsular, ou insular. É esta a verdade. Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.
(...)
As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos. Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas. Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.
(...)
O Norte é a nossa verdade. Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório. Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e coração quente, os seus pedaços e pormenores.
(...)
O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é assim que nos chamamos todos?

Não reproduzi o texto completo por ser um pouco extenso, arrisquei escolher umas partes espero que gostem.

Por um Mundo mais feliz!

Sabiam que nos EUA, crianças com mais de 8 anos podem ir à caça?!?! É inacreditável, mas é verdade... Para tirar a carta têm que ter 16, mas para beber e votar, só quando completarem 21 primaveras! Devia era ser ao contrário. Desta forma começavam a beber a partir dos 8 aninhos! Em Portugal faz-se isso, e eu nunca tive qualquer problema relacionado com a bebida! Tirando aqueles gnomos verdes que costumam vir jogar xadrez comigo todas as noites, mas isso é até é fixe... Já imaginaram os putos no infantário e na escola todos bêbados? E numa aula de trabalhos manuais, a cortarem-se uns aos outros com as tesouras? Também os imagino a tentar apalpar a professora da primária, e a beber shots do Whisky que trouxeram na lancheira, que a mãe lhes preparou com muito amor, logo pela manhã:
- Não bebas tudo hoje, porque senão ficas com um dói-dói na barriga. E partilha com os teus amigos! Agora vai lá, e atravessa na passadeira, pelo amor de deus!
A minha infância foi demais...

terça-feira, fevereiro 14, 2006

A Afronta

Sou subitamente confrontado com imagens televisivas de povos muçulmanos a queimarem bandeiras de alguns países ocidentais.
Nada de muito anormal, já que de tempos a tempos estamos habituados a tais mostras de carinho do mundo islâmico para com os estados laicos ocidentais (particularmente, e quase exclusivamente, para com os mais influentes).
Pois posso dizer que fiquei intrigado quando me deparei com bandeiras dinamarquesas a serem selváticamente queimadas e espezinhadas com uma fúria incontrolável. Na altura não queria acreditar. O que é que um país dos mais neutros e pacíficos da história da humanidade poderia ter feito para causar tais manifestações "amorosas" para com o seu símbolo nacional... Será que o estado dinamarquês decidiu parar com a exportação de bacalhau para aqueles lados do globo?... Mas que me lembrasse o povo muçulmano não é por aí além grande apreciador de bacalhau (não tenho conhecimento de nenhum prato típico com o respectivo peixe...). Portanto não deveria ser esse o caso.
Mais tarde vim a saber que tal mostra de descontentamento era derivada de uns desenhos trocistas da religião islâmica e mais particularmente do seu profeta Muhammad. Desenhos esses em que o dito profeta era patenteado como sendo um bocadinho terrorista.
Ora para quem não sabe, e esse caricaturista não devia saber ou então estava mal informado, o povo muçulmano é muito sensível no que diz respeito à sua fé, sendo uma reacção como a que se verificou um cenário não muito longínquo. Não bastando esta acendalha lançada para a já de si flamejante fogueira, outros jornais (nomeadamente franceses) prontamente vieram...pôr toda a lenha que encontraram, publicando também as ditas caricaturas.
A resposta foi óbvia. Mais bandeiras queimadas, embaixadas bombardeadas com cocktails molotov, representações diplomáticas...que já não são lá muito diplomáticas...
Mas no fundo eles poderiam ter optado por outro tipo de resposta... Uma resposta que levasse o ocidente à loucura... O mesmo tipo de loucura que eles sentem.
Apenas sei que se por mero acaso tivesse sido um jornal português a publicar semelhantes blasfémias acerca do Maomé... Ai deles que em resposta se atrevessem a ofender, caricaturar ou insultar um dos nossos três grandes profetas... José Mourinho, Luís Figo e Eusébio da Silva Ferreira... Sangue iria correr pelas ruas...