quinta-feira, março 26, 2009

Padre recusa baptizar Lucílios!! GRANDE SPORTING

Padre recusa baptizar "Lucílios"
ARBITRAGEM POLÉMICA CHEGA À IGREJA



A polémica em torno da arbitragem da final da Taça da Liga entre Sporting e Benfica chegou à Igreja quando um pároco em Lisboa, fervoroso sportinguista, anunciou que não irá baptizar meninos com nome Lucílio.

"Aproveito para vos anunciar que, enquanto for responsável por esta paróquia, não faço intenções de baptizar nenhum menino chamado Lucílio. Queiram dispor para tais propósitos dos serviços de uma paróquia vizinha", anunciou domingo o padre João José Marques Eleutério antes do tradicional "Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe".

Na missa dominical, celebrada todos os domingos às 12:30 na igreja do Rato, o pároco manifestou-se assim "incomodado" com a arbitragem de Lucílio Baptista no jogo da Final da Taça da Liga.

O árbitro tem sido criticado pelo Sporting por ter assinalado uma grande penalidade inexistente que aos 72 minutos deu o empate 1-1 ao Benfica, que acabou por conquistar o troféu no desempate por penalties.

"É verdade que sou sportinguista desde sempre e que falei, durante a missa, do resultado vergonhoso entre o Benfica e o Sporting", disse à Lusa o padre João Eleutério.

"Foi uma brincadeira e os paroquianos já sabem que eu gosto do Sporting e gosto de fazer piadas", disse o sacerdote, garantindo no entanto que nenhuma criança ficará por baptizar: "se não for eu, será outro sacerdote".

Sócio do Sporting Clube de Portugal e atleta durante vários anos, João Eleutério não consegue "ficar indiferente" ao clube.

"Custa muito perder da maneira que perdemos no sábado, frente ao Benfica. Vai ficar sempre a suspeita de que o árbitro não foi correcto", frisou o sacerdote.

João Eleutério não imaginou que o "aviso" que fez no final da missa dominical seria objeto de crónicas em blogues e motivo de comentários por parte de alguns paroquianos.

"Foi mesmo uma brincadeira, mas a verdade é que o Sporting está constantemente a ser prejudicado pela arbitragem", disse.

Na memória do sacerdote, tal como o último Benfica/Sporting, está ainda um jogo realizado há dois anos com o Paços de Ferreira.

"O Sporting perdeu o campeonato por ter perdido o jogo com o Paços de Ferreira, onde foi marcado um golo com a mão", finalizou o padre João Eleutério.

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quinta-feira, março 05, 2009

Criatividade

Boa tarde a todos,

Venho propor uma reflexão sobre o seguinte tema, que nada tem de interessante: Criatividade. Li numa revista alguns artigos e opiniões sobre criatividade, inovação, economia criativa e outros assuntos associados. Transcrevo algumas partes desses textos para análise. Assim, vejamos o que é dito pelo Parlamento Europeu sobre o assunto:

"A criatividade é uma característica humana que se manifesta numa grande diversidade de áreas e contextos: arte, design e artesanato, progresso científico e empreendedorismo, incluindo no plano social. O carácter pluridimensional da criatividade significa que o conhecimento numa ampla variedade de domínios - tecnológicos e não tecnológicos - pode constituir a base da criatividade e inovação. A inovação consiste na concretização bem-sucedida de novas ideias; a criatividade é a condição sine qua non da inovação. A emergência de novos produtos, serviços, processos, estratégias e organizações exige a produção de novas ideias e a associação dessas ideias. Certas competências como o pensamento criativo e a resolução de problemas são, pois, tão essenciais nos domínios económico e social quanto nos domínios artísticos."

(proposta de DECISÃO DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO DA UNIÃO EUROPEIA relativa ao Ano Europeu da Criatividade e Inovação - 2009)

E vejamos ainda a opinião dada por um teórico de renome nesta área e que é corroborada por outros, relativamente aos produtos artísticos e à indústria criativa (e consequente economia criativa):

"As indústrias criativas, para além de representarem um dos maiores sectores e com mais rápido crecimento, assentam no coração da Economia Criativa; ou, condensando os processos, produtos e serviços alargados em que a criatividade é a actividade central. Nesta qualidade assume um papel crítico na competitividade económica, providenciando um valor acrescentado exigido para uma oferta distinta, de qualidade elevada e baseada no conhecimento."

(Tom Fleming, in Fábrica de Talentos, revista da Fundação da Juventude)

Posto isto, e de um modo geral, o que mais retive destes artigos foi que os criativos e a criatividade são unanimemente considerados como os elementos mais valiosos das instituições, sejam elas quais forem. Empresas de renome, fora dos departamentos de marketing ou da área do design e afins, apontam também a criatividade como o elemento mais raro e mais valioso no seio das suas instituições. Existe até, e com bastante pujança, o conceito emergente de economia criativa, empresas de gestão, produção e criação de dinâmicas artísticas e criativas que fornecem os seus produtos e serviços a outras entidades que as contratam. Por exemplo, a Tom Fleming Creative Consultancy é uma consultora de economia criativa e de planeamento cultural, sediada em Londres, que disponibiliza políticas e lideranças industriais através da economia criativa, cultural e de conhecimento. Os projectos mais recentes incluem uma Estratégia de Indústrias Criativas para o Porto e o Norte de Portugal com os parceiros portugueses Serralves, Opium, Gestluz, Horwarth, explorando as oportunidades para desenvolvimento do sector na região.

Eu confesso que fiquei muito admirado com estes conceitos e principalmente com a opinião de alguns empresários portugueses ser coincidente com este pensamento. Porque, corrijam-me se estiver enganado, POR FAVOR, não me parece que a criatividade seja um conceito particularmente explorado em Portugal, seja no percurso escolar, universitário ou até no momento de estagiar ou fazer teses e afins, muito menos no momento de ser enquadrado no mercado profissional. Sinto que se tenta que as pessoas sejam completamente formatadas para serem quem se espera que sejam, cumpram as tarefas que se espera que cumpram com o melhor desempenho, são pressionadas e postas num constante contexto de "deadline", esvaziando completamente o espaço para a criatividade, a inovação, a tentativa e erro. E é aqui que o mercado de trabalho me parece falhar redondamente - na tentativa e erro. Procuram-se fórmulas que resultem sempre, nunca se correm riscos, e qualquer inovação não pode nunca ser muito arrojada. Ora, quem conhecer alguém minimamente criativo, sabe que neste contexto é impossível inovar. Podem copiar-se ideias, aprimorar conceitos, mas nunca inovar e ser criativo, romper barreiras e quebrar com o pensamento vigente - e essa é que a função da criatividade, romper com o pensamento vigente, quebrá-lo e desafiá-lo. Pergunto eu, alguém sente que a vossa criatividade foi incentivada, cultivada ou explorada no mercado de trabalho? Alguém teve acesso a ferramentas e formações para se tornar mais criativo? Alguém tem um espaço, um momento, uma reunião que seja em que o objectivo único é criar e questionar tudo o que está instalado? Creio que a resposta é Não! mas gostava muito de ser surpreendido, assim como fui surpreendido por estes artigos e estas opiniões.

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