quarta-feira, setembro 13, 2006

El comandante Returns

Em jeito de best of do "quaternitate" reedito, no meu entender um dos melhores post 's lançados na web por este humilde blog.


El Comandante

Caxinas é uma pacata freguesia vila-condense muito orgulhosa de si mesma. Entalada entre Póvoa de Varzim e Vila do Conde nunca se queixou de ser subestimada por nenhum de seus vizinhos. Tem o seu quê de perigoso. Esta situação pode levar à emergência de um sentimento nacionalista exacerbado por parte dos seus habitantes.A História não é virgem nestes casos. Muitas freguesias, principalmente do interior do país, reclamaram ao longo dos anos (e algumas ainda reclamam) o estatuto de concelho, umas bem sucedidas, outras nem por isso.Mais tarde ou mais cedo, quem sabe, não será esse o caso da freguesia caxineira.Fartos de serem subjugados pelos seus vizinhos tirânicos, o povo caxineiro depositou suas esperanças na sua independência unilateral da República Portuguesa. As Caxinas passariam a constituir uma pequena república.Guiados por seu comandante Tcholes, apelidado carinhosamente pelo seu povo como "o fodido p`á porrada". Pois assim se escrevia mais uma história heróica de um povo recém-criado. Mas não se ficariam por aí... Numa manhã de céu limpo e vento moderado, comandante Tcholes "o fodido p`á porrada" decide, inspirado por D. Afonso Henriques (ironicamente o fundador do povo rival, os denominados "portugueses") , dar o arrojado passo em frente... Não, não é o passo que vulgarmente se dá para testar a temperatura da água do mar antes de mergulhar... Mas sim o de partir para a conquista de toda a República Portuguesa. Numa tentativa de formar uma nova república... A RUCC (República Unida de Catxineiros das Catxines).Comandante Tcholes desde cedo revelou uma queda para a pilhagem, saque e possessão de mulheres anónimas através da "Força"( a mesma do Luke Skywalker). Atributos que lhe viriam a dar tremendo jeito nas suas incessantes investidas em território português.A sua rudeza, que alguns adjectivavam de agressividade era reconhecida desde tenra idade. Suas companheiras que o testemunhem. Tcholes era conhecido por ser extremamente conservador na cama. Não compactuava com sexo oral (exceptuando nele mesmo) e as mais arrojadas que ousaram explorar a zona anal de Tcholes em jeito de brincadeira... Digamos que ficaram a falar de maneira esquisita...O sentimento nacionalista também lhe foi reconhecido desde cedo. Malhava em quantos poveiros e vileiros pudesse... No fundo não gostava lá muito de quem não fosse lá da terra. Fundou o FC (Force Catxines) na adolescência. Não chegaria a atingir nenhum dos objectivos a que se propôs... Diplomaticamente isto é.Nessa manhã Tcholes parte montado na sua robusta vaca leiteira, chave de fendas erguida em sua mão seguido por um imenso exército (uns mil), pela EN13 semeando o pânico e o terror por Fradelos, Beiriz, Aver-o-Mar, Ferreiró... Por onde passava conquistava novos seguidores, apoiantes da nova república, com o seu lema encantador e inspirador que recitava aos seus oponentes: "Ou juntas-te aqui ós manos ou fodes-te que te rebento três dentes da frente filhe dé pute!".E assim prosseguiu para sul, vento deslizando estoicamente por seu cabelo empastado com gel Garnier ultra-fixante, encontrando muita ou pouca resistência a verdade é que alcançou o seu objectivo e fundou a RUCC.Consta que a partir desse momento o povo da RUCC passou a ser mais activo na cena internacional do que Portugal alguma vez fora. Muitas conferências de imprensa, com outros líderes mundiais, acabavam em violência física após constrangedoras (não para o próprio) libertações de gases intestinais frase sim, frase não.Há quem insinue que Tcholes tem de facto ambições de domínio mundial... Ninguém sabe. Apenas o próprio.Apenas existe uma certeza, será tremendamente difícil contê-lo. Tanto em termos geopolíticos como flatulentos.
post by pedwar

segunda-feira, setembro 11, 2006

Mais uma vez partilho bom Português

Recebi há muito pouco tempo um livro e comecei agora a lê-lo não tendo portanto ainda chegado ao seu fim...No entanto, e porque me tem agradado tanto, deixo aqui a publicidade e pequenos excertos poéticos. Da autoria de Ana Salomé, uma jovem de 24 anos, o livro intitula-se "Anáfora":

"Manual De Como Descalçar Sabrinas A Meninas"

"Quando descalçares sabrinas terá de ser com procedimentos cinderélicos. Terás de amar os pés, mesmo que partidos ao meio, na destruição dramática dos seus vinte e seis ossos. Todos os pés de vento. Toda a sua minuciosa anatomia de quem quer andar como quem canta. Prever o mais breve e inútil movimento no sistema esquelético. Encontrar-lhe os lírios nas sequelas dos músculos. Dar-lhes corda. Pô-los a tocar sob ameaça de tempestade.Sentar-te na margem dos rios sinoviais e atirar-lhes as pedras. Pô-los a pensar sobre os caminhos - dar-lhes caminos. Encontrar-lhes as faces e beijá-las nas suas destrezas. Retirar com cuidado e deixar pousar o pé sobre o chão."

"O Rio De Siddartha"

"Nem sempre sei ouvir o rio, ouvir-lhe as vozes e os conselhos. Talvez nunca, para ser precisa. Por isso duvido e os meus passos tremem. O coração tolda-se-me à sua passagem e mingua-se. A vida torna-se-me imprecisa como quando a língua entaramelada na boca quer falar, só não sabe que palavras. Que caminhos proferir e preferir. O rio que a vida é poucos são os que o vêem e menos ainda aqueles que o ouvem. E raros são os que vendo-o e ouvindo-o o compreendem. Felizes esses."

Etiquetas: