Louco vs. Irresponsável
Passados três anos encontramo-nos numa situação quase idêntica à que se verificou então. Temos um novo tirano no Médio Oriente. Há três anos era no Iraque, agora é um pouco ao lado, no Irão.
Não restam dúvidas de que o Presidente iraniano é claramente um extremista que num abrir e fechar de olhos, ou se o seu lacaio se enganar na quantidade de açúcar do seu café, pode mandar extreminar um país, de preferência com muitos Judeus.
Noutro dia alguém se interrogava porque razão todo este alarido em torno da possibilidade do Irão se tornar numa potência nuclear ou, como diz George W. Bush, nuquelar. Ora, esta é, na minha opinião, uma interrogação algo ingénua. Para chegar a esta conclusão basta escutar com atenção um discurso do Presidente Iraniano.
Se uma pessoa no seu perfeito estado psíquico pretender obter uma arma sob o pretexto de auto-defesa e outra ter a mesma pretensão após ter ameaçado alguém de morte...sentir-me-ia inclinado a escutar o primeiro.
Pelo rumo que tudo está a tomar muito provavelmente teremos mais um caso bicudo para aqueles lados. União Europeia e Estados Unidos não cedem, assim como o Irão. A chave para evitar conflito será a Rússia e a China, que têm a opurtunidade histórica de se tornarem nos principais países apaziguadores. Esperemos que sim. Mas sinceramente não vejo a administração iraniana a recuar perante pressões externas. Continuarão a afirmar que o urânio é para fins pacíficos e o Ocidente a desconfiar. A China e a Rússia na melhor das hipóteses irão protelar a questão, adiando o inevitável conflito. Espero que me engane...
Em caso de conflito o cenário afigura-se negro. O Irão possui talvez o exército mais poderoso do Médio Oriente. O Iraque, que está a ser o caso bicudo que todos conhecem, parecerá um passeio no parque comparado com o Irão. Seria totalmente imprevisível. Uma coisa é certa, um ataque ao Irão provocará o caos nessa zona, já de si quente do globo.
A verdade é que neste campo de batalha diplomática temos de um lado um irresponsável (Bush) e do outro um louco (Mahmoud Ahmadinejad) e sendo assim temos de confiar nos "lúcidos" que se encontram no meio para tentar chegar a um consenso que seja o menos mau para o comum dos terráqeos que não gostaria certamente de ver bombas nucleares ou outras explodirem em nenhuma parte do globo.
Se países como a Índia e Paquistão com governos consolidados e relativamente moderados de quando em vez põem a comunidade internacional em sobressalto ameaçando-se mutuamente com tal armamento, o caso iraniano pode vir a tornar-se o pico das preocupações da "era nuclear". Era essa que até ao momento não nos tem deixado recordações nada aprazíveis.